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Eclesia 'stes
Eclesiastes. Este
termo significa “homem de Assembleia”. Ou seja, é o indivíduo que
convoca uma assembleia, não necessariamente religiosa, e fala a ela
(Números 10:7). É o pregador, como traduz a versão de JFA. No Hebraico,
o vocábulo “pregador” (Eclesiastes 1:1,12), deriva da raiz “Qal”,
que, por sua vez, significa chamar, convidar, tirar de fora para dentro.
É o mesmo sentido que o verbo “Caleö” na língua grega.
Portanto, “Eclesiastes” na nossa língua significa o pregador que apela
ao povo a ouvir a mensagem que tem para lhe entregar
No decurso dos tempos, muitos
pregadores se têm levantado. Ilustres oradores, autênticos mestres de
retórica, que arrastaram multidões com os seus discursos. Cativavam,
“hipnotizavam”, convenciam, e mobilizavam massas de uma forma
impressionante. Entre eles poderíamos referir Aarão, Salomão, Elias,
Pedro, Apolo, e muitos outros. Apolo era distinto, diz a Escritura;
Salomão sobrepujou a todos eles pela sua sabedoria, de tal ordem que a
Rainha de Sabá percorreu milhares de quilómetros para ouvir a sua
sabedoria. Ele era verdadeiramente colossal. Tudo isso está bem patente
nos seus livros, mormente este que comentamos.
Contudo, lemos em Mateus
12:42 o seguinte: “Eis aqui quem é maior que Salomão…” – O Senhor Jesus
Cristo. Ele não foi simplesmente o porta-voz de Deus, como o foram
muitos profetas (Hebreus 1:1). Ele foi, é, e será sempre a própria
expressão viva e pessoal de Deus. Além de tudo isto, Ele é o tema de
tudo quanto Deus pretende dizer ao homem (Colossenses 2:2-3; Romanos
16:25-26). Quanto a Ele ser o porta-voz divino, é dito que ninguém falou
como Ele (Mateus 7:28-29; 8:27). Ele “tem as palavras da vida
eterna” (João. 6:68). O próprio Pai disse a seu respeito: “Este é
o meu Filho amado, a Ele ouvi”. (Mateus 17:5).
Este é o Eclesiastes que nos
propomos anunciar, no intuito de repor os bons e velhos hábitos que
homens de Deus nos deixaram, nomeadamente o apóstolo Paulo, os crentes
de Bereia, J. N. Darby, C. I. Scofield, C. H. Mackintosh, Arthur W. Pink,
Viriato Sobral, entre alguns outros, uma vez que é calamitoso o estado
espiritual em que se encontra o ministério da Palavra de Deus nos dias
que correm e nas igrejas locais que conhecemos. As mensagens são exemplo
disso: não há boa nova no Evangelho, a pregação não tem conteúdo, e o
apelo não tem estímulo que motive o povo de Deus a voltar ao estudo da
Escritura e a dizer como o salmista: “Desvenda os meus olhos para
que veja as maravilhas da tua Lei” (119:18).
“A visão é rara”,
como nos dias do pequeno Samuel (I Samuel 3:1), e os crentes não têm
prazer (não se sentem maravilhados) naquela que existe.
As próprias publicações
existentes, enfim, detêm-se mais com as notícias terrenas do que com as
celestiais. São jogos e passatempos, divertimentos para entreter os
crentes. Por isso se vê o estado espiritual dos crentes, hoje. Os
crentes são aquilo que os anciãos forem, quiserem e fizerem. Nós
lutaremos e oraremos para que sejamos diferentes.
“Nunca me esquecerei
dos teus preceitos, pois por eles me tens vivificado” (Salmo
119:93)
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