Eclesia' stes n.º 32

2005

 

Revista on-line vocacionada para a doutrina e devoção espiritual daqueles «que invocam o nome do Senhor», e amam a Sua Palavra.   É periódica, e a sua publicação é da responsabilidade de Vítor Pereira do Paço, Espinho, e da Igreja que se reúne em Estarreja, Aveiro, Portugal.  É gratuita.
   

Eclesia 'stes

Eclesiastes. Este termo significa “homem de Assembleia”. Ou seja, é o indivíduo que convoca uma assembleia, não necessariamente religiosa, e fala a ela (Números 10:7). É o pregador, como traduz a versão de JFA. No Hebraico, o vocábulo  “pregador” (Eclesiastes 1:1,12), deriva da raiz  “Qal”, que, por sua vez, significa chamar, convidar, tirar de fora para dentro. É o mesmo sentido que o verbo  “Caleö” na língua grega. Portanto, “Eclesiastes” na nossa língua significa o pregador que apela ao povo a ouvir a mensagem que tem para lhe entregar

No decurso dos tempos, muitos pregadores se têm levantado. Ilustres oradores, autênticos mestres de retórica, que arrastaram multidões com os seus discursos. Cativavam, “hipnotizavam”, convenciam, e mobilizavam massas de uma forma impressionante. Entre eles poderíamos referir Aarão, Salomão, Elias, Pedro, Apolo, e muitos outros. Apolo era distinto, diz a Escritura; Salomão sobrepujou a todos eles pela sua sabedoria, de tal ordem que a Rainha de Sabá percorreu milhares de quilómetros para ouvir a sua sabedoria. Ele era verdadeiramente colossal. Tudo isso está bem patente nos seus livros, mormente este que comentamos.

Contudo, lemos em Mateus 12:42 o seguinte: “Eis aqui quem é maior que Salomão…” – O Senhor Jesus Cristo. Ele não foi simplesmente o porta-voz de Deus, como o foram muitos profetas (Hebreus 1:1). Ele foi, é, e será sempre a própria expressão viva e pessoal de Deus. Além de tudo isto, Ele é o tema de tudo quanto Deus pretende dizer ao homem (Colossenses 2:2-3; Romanos 16:25-26). Quanto a Ele ser o porta-voz divino, é dito que ninguém falou como Ele (Mateus 7:28-29; 8:27). Ele “tem as palavras da vida eterna” (João. 6:68). O próprio Pai disse a seu respeito: “Este é o meu Filho amado, a Ele ouvi”. (Mateus 17:5). 

Este é o Eclesiastes que nos propomos anunciar, no intuito de repor os bons e velhos hábitos que homens de Deus nos deixaram, nomeadamente o apóstolo Paulo, os crentes de Bereia, J. N. Darby, C. I. Scofield, C. H. Mackintosh, Arthur W. Pink, Viriato Sobral, entre alguns outros, uma vez que é calamitoso o estado espiritual em que se encontra o ministério da Palavra de Deus nos dias que correm e nas igrejas locais que conhecemos. As mensagens são exemplo disso: não há boa nova no Evangelho, a pregação não tem conteúdo, e o apelo não tem estímulo que motive o povo de Deus a voltar ao estudo da Escritura e a dizer como o salmista: “Desvenda os meus olhos para que veja as maravilhas da tua Lei” (119:18).

“A visão é rara”, como nos dias do pequeno Samuel (I Samuel 3:1), e os crentes não têm prazer (não se sentem maravilhados) naquela que existe.

As próprias publicações existentes, enfim, detêm-se mais com as notícias terrenas do que com as celestiais. São jogos e passatempos, divertimentos para entreter os crentes. Por isso se vê o estado espiritual dos crentes, hoje. Os crentes são aquilo que os anciãos forem, quiserem e fizerem. Nós lutaremos e oraremos para que sejamos diferentes.

“Nunca me esquecerei dos teus preceitos, pois por eles me tens vivificado” (Salmo 119:93)

 

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